- Descrição
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A Medicina Tradicional Chinesa vem ocupando um espaço cada vez mais importante no meio médico ocidental em virtude do número crescente de profissionais alopatas interessados no aprendizados e na aplicação de métodos milenares de diagnóstico e tratamento, cujos resultados obtidos estão cada vez mais fundamentados em pesquisas e tecnologia avançada. Este crescente interesse se baseia no potencial iatrogênico de certos procedimentos diagnósticos e terapênticos na medicina alopata, associado à busca cada vez mais consciente de meios mais naturais (inócuós) de manutenção da saúde ou de cura de doenças do homem, tanto no mundo ocidental como no oriental. Mao Tse Tung, em 1949, afirmou sabiamente que se a medicina ocidental era boa, e a medicina oriental também, o ideal seria a associação de ambas: somar. É com esse intuito que realizamos a tradução do “Atlas de Língua e Saburra , editado na China em 1981. Os bons resultados em medicina dependem principalmente da consciência e experiência do profissional, e não dos conceitos ou dos procedimentos técnicos. Em virtude disso, através desta contribuição para a escassa bibliografia de Medicina Tradicional Chinesa em português, desejamos auxiliar os médicos iniciados e atuantes e perceberem a importância do diagnóstico pela semiologia da língua, e a praticarem um dos procedimentos menos utilizados por médicos ocidentais, por falta de acesso às fontes bibliográficas e de aprendizado. A tradução desse Atlas, como todos os livros originais (em chinês) versando sobre Medicina Tradicional Chinesa, exigiu uma tradução séria do chinês para o português, uma interpretação dos conceitos fisiopatológicos e uma adaptação à língua médica sempre com a máxima fidelidade em relação ao texto original. Visando a coerência na tradução, vários termos de fisiopatologia em medicina foram mantidos sem adaptação. Inspirados no provérbio chinês — “um pequeno quadro equivale a um milhão de palavras” — percebemos a importância de um Atlas de Semiologia da Língua (com 257 figuras — pequenos quadros) para os estudiosos e praticantes da Medicina Tradicional Chinesa. Temos a certeza de que a competência profissional está vinculada à capacidade de prevenir processos patológicos e orientar o desenvolvimento fisico e espiritual do seu semelhante, não importando a técnica utilizada nem a sua proveniência, mas o domínio (conhecimento teórico mais experiência) do profissional sobre a técnica. Por isso, esperamos poder contribuir para a formação teórico-prática dos médicos e praticantes do ocidente e, concomitantemente, para a divulgação e a desmistificação dos conceitos fisiopatológicos da Medicina Tradicional Chinesa, aproximando, assim, continentes que muito têm em comum.
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